Visitei hoje três produtores de pêssego de produção integrada em Antônio Prado no Rio Grande do Sul. Auditoria de Acompanhamento dentro de processo de certificação do Instituto Certifica. Constatei que os produtores evoluiram muito em comparação com as auditorias anteriores. Infelizmente, segundo todos eles me informaram, não conseguiram obter um valor correspondente à qualidade do seu produto. O consumidor não sabe o que é produção integrada como já cansamos de falar neste blog. E não sabendo, obviamente, não paga um centavo a mais. Falei para eles que existe algo de novo no horizonte. Primeiro o Ministério da Agricultura criou um novo selo com muito maior apelo comercial - o Brasil Certificado. Já que ninguém sabe o que é PI, o selo deixou isto de lado e passou a mostrar - certificação - que todo mundo conhece, ou ouviu falar e, para não deixar dúvidas, Brasil. Este é o selo de certificação do Brasil. Para tudo. Ou, pelo menos, para todos os produtos agro-pecuários.
Então quando aparecer o arroz com o selo Brasil Certificado no supermercado, ou a caixinha de leite, ou o pacote de café, todo mundo vai saber que existe alguma coisa além do orgânico, e que é tão boa quanto. E quando aparecer o pêssego com o mesmo selo Brasil Certificado - ou o morango de Atibaia, o consumidor vai saber do que está se falando.
Acho que o caminho é por ai.
Disse para eles que os tenho chamado sempre de heróis, pois produzem um produto de alta qualidade, registrando todas as informações para manter um sistema de rastreabilidade, fazendo análise de resíduos, pagando um serviço de certificação e aparentemente não ganhando nada com isto. Mas disse também que apesar disto eles já estão ganhando. Eles riram porque entenderam o que eu queria dizer. Hoje eles tem consciência do crime que cometiam contra eles mesmos, a natureza e os consumidores, pela prática de uma agricultura sem estas preocupações.
Foi um belo dia de trabalho.
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