pinterest

1.12.10

PRORROGAÇAO CERTIFICAÇAO DE UNIDADES ARMAZENADORAS

Hoje no blog do Deputado Federal Moacir Micheletto, veja, foi noticiada a prorrogação da obrigatoriedade de certificação de unidades armazenadoras em ambiente natural.
O Instituto Certifica, um dos organismos de certificação acreditados pelo Inmetro, emitiu até o momento 19 certificados, com a previsão de emitir outro tanto até o final do ano. Considerando que o Instituto Certifica é um dos organismos de certificação que emitiu mais certificados até agora parece que a decisão pela prorrogação é uma medida acertada. Por outro lado, já existe uma respeitável quantidade de unidades armazenadoras em processo de adequação aos requisitos da IN 3 e que possivelvente poderão ser certificadas até março/abril de 2011. Examinando sob este ponto de vista, a prorrogação noticiada de um ano, parece um pouco exagerada e, talvez, uma desconsideração com os empresários que levaram a sério a legislação.
Nas auditorias que realizamos e nas conversas que temos mantido com empresários do setor, um dos aspectos que tem sido salientado por todos é a visível preocupação que norteou o Comitê Técnico, na criação de um sistema factível, sem exigências descabidas e que, principalmente, não fosse um cartório de certificações mas um processo que viesse a melhorar a armazenagem no país.
A fórmula de prorrogação criada pela IN 3 é reconhecida por todos como bastante inteligente porque possibilita as empresas com mais de uma unidade armazenadora, programar seus investimentos para um período de quatro anos.
Mas a noticia trouxe uma outra fonte de preocupação diferente do prazo de prorrogação. Afinal, quatro meses com sugeri ou doze meses como está sendo noticiado seria apenas uma diferença de... prazo. Os argumentos utilizados, ah os argumentos, estes são a minha principal fonte de preocupação. Acredito, e espero, estejam mal redigidos no blog do deputado Moacir Micheletto.
A seguir em vermelho a noticia do blog do deputado Micheletto e em azul minhas considerações:


"cujas exigências vão desde termometria, aeração,...

Termometria e aeração são requisitos absolutamente necessários para uma boa armazenagem e nem são assim tão modernos. Chefiando o Departamento de Crédito Rural do BRDE na década de 70, durante o boom da soja, acompanhei o financiamento de praticamente todos os graneleiros de cooperativas no Rio Grande do Sul. Todos com aeração e termometria. Deveriam ser itens obrigatórios para as unidades armazenadoras. A própria CONAB entende assim, pois não credencia armazéns que não apresentem estes itens. No entanto o Comitê Técnico, no intuito de facilitar o processo, concedeu prazo até 12/05/2014 para as unidades se adequarem à este requisito. 


balança de fluxo


É um item apenas recomendado na IN 3, logo não é item que impeça a certificação no caso de não existente. Mais claramente, a unidade armazenadora não precisa ter balança de fluxo.


poços de elevadores, 


Aqui obviamente deve haver erro. O poço de elevador não consta como requisito da IN 3 mas no caso de existir elevador normalmente existe um poço. Possivelmente o requisito a que a noticia se refere é o equipamento de exaustão de gases tóxicos dos poços de elevadores. É um requisito de segurança do trabalho. Se um trabalhador descer num poço de elevador ou qualquer espaço confinado sem antes tomar algumas providências, uma delas retirar os gases tóxicos, o trabalhador morre. Simples assim. 


instalações sanitárias 


É um requisito da legislação trabalhista - proporcionar condições mínimas de higiene para o trabalhador. Mesmo assim a IN 3 concedeu um prazo até 12/05/2014 para que a unidade armazenadora conceda aos seus funcionários estas condições mínimas de higiene.


e salas para documentos"


Neste item também deve haver algum erro. Não encontrei até agora uma unidade armazenadora, ou uma empresa qualquer, que não tivesse um local para guardar suas notas fiscais, registros etc...


Mais adiante no texto da noticia existe outro mau entendimento da IN 3, sigo usando o sistema vermelho/azul.

"Pela IN 3..., as unidades armazenadoras teriam que cumprir os requisitos técnicos em quatro anos, sendo 25% em cada etapa.


Na realidade a IN 3 não determina que 25% dos requisitos técnicos sejam atendidos por ano,  por exemplo, balança de precisão no primeiro ano, determinador de umidade no segundo, local de armazenamento de amostras no terceiro e sistema de homogeneização no quarto. O que a IN 3 define é que, no caso de empresas que possuam quatro unidades armazenadoras, ou múltiplos de quatro, sejam certificadas 25% das unidades por ano. Nas empresas com menos de quatro unidades também é estabelecida uma regra: uma unidade, deve certificar no primeiro ano; duas unidades, uma no primeiro ano e outra no segundo; três unidades, uma no primeiro, outra no segundo e a última no terceiro ano.


e que o cronograma de sua implementação seja cumprido da seguinte maneira: 25% na primeira etapa, 50% na segunda, 75% na terceira e 100% na quarta.


Não comento porque não entendi.


Bem, vamos aguardar a publicação da nova IN e esclarecer as dúvidas.

Até a próxima postagem

2 comentários:

Anônimo disse...

E quem já está com tudo pronto faz o que?

nedelande disse...

Minha opinião é que se um armazenador já atende as regras atuais não há porque esperar mudanças de requisitos. Se eliminar alguns requisitos ele não tem vantagem nenhuma, se incluir algum novo pode ser uma desvantagem. Agora, se o armazenador tem alguns requisitos de custo de implantação alto, que ele ainda não atende, vale a pena esperar a nova IN.

Recent Comments

Arquivo do blog